terça-feira, 13 de outubro de 2009

Exercício ou meio: Cadeira Extensora

Na linguagem desportiva, o termo “meio” significa o que se utiliza, e o termo “método”, como se utiliza o meio no processo de obtenção do objetivo da preparação. Dessa forma o exercício físico representa o meio e o modo de sua utilização representa o método (Gomes, 2002).

Na qualidade de meio da preparação física, levaremos em consideração os aparelhos especiais para o trabalho de força, comuns nas academias (musculação).

Os exercícios ou meios de força, com suas variações, são amplamente utilizados na terapêutica, prevenção ou preparação física desportiva, tal como é possível observar em determinados espaços profissionais em que tem sido empregado.

Sendo assim, pode-se supor que um dos problemas centrais na aplicação cotidiana desses exercícios, talvez resida na forma inadequada de operar sua sistematização individualizada para obtenção dos efeitos morfofuncionais desejados.

Apresentaremos em nosso blog, a descrição de uma série de exercícios básicos, no tocante a forma de execução, fases do movimento, músculos envolvidos, velocidade de execução e outras observações que achamos pertinentes para maximizar o conteúdo dos profissionais que o utilizam e minimizar os acidentes, agudos e crônicos, causados por uma má execução.

O interesse disso é gerar discussão, científica e prática, entre nós profissionais e a consolidação do conhecimento.

Para abrir essa série de descrições de meios, iniciaremos com o exercício abaixo:


Nome do aparelho: Cadeira Extensora (movimento completo bilateral)


Posição inicial: Sentado, com o dorso dos pés apoiados no implemento do aparelho, joelhos flexionados aproximadamente 90º (determinado pelo aparelho) e tronco totalmente apoiado no encosto. As coxas deverão estar apoiadas no acento até a articulação do joelho. Os braços estarão no prolongamento do corpo, junto ao tronco e mãos apoiadas no apoio.

Movimento: Partindo da posição inicial, o movimento começará com o executante fazendo a extensão máxima (180º) das duas pernas simultaneamente (fase de superação). A volta à posição inicial, de maneira lenta e controlada é chamada de fase cedente do movimento.

Músculos envolvidos: Quadríceps femoral, constituído do reto femoral, vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio.

Tipo de respiração: Recomenda-se para este exercício a respiração “passiva” com expiração na fase de superação e inspiração na fase cedente.

Velocidade de execução: Recomenda-se uma velocidade moderada onde o movimento seja conduzido e não lançado (chutar). Isso dependerá muito dos objetivos e da fase de treinamento.

Erros comuns: Projetar o tronco à frente na fase de superação, velocidade e controle de movimento fora do padrão, elevar o quadril na fase de superação, respiração descontrolada ou apnéia respiratória, movimento muito brusco ou “chutar”, entre outros.

Auxílio do professor: O treinador deverá demonstrar a execução do movimento, utilizando-se do auxílio visual (demonstrativo), auxílio verbal para salientar a velocidade e o controle do mesmo.

Algumas possíveis variações:

Movimento completo bilateral, Movimento completo unilateral, Movimento Curto e Lento (M.C.L.) bilateral (últimos 15 a 20 graus de extensão, M.C.L. bilateral com rotação externa, M.C.L. bilateral com rotação interna, M.C.L. unilateral, M.C.L. unilateral com rotação externa, M.C.L. unilateral com rotação interna.

Observações:

Estudos demonstram que entre 120 e 165 graus de extensão do joelho, foi registrado a maior força e os músculos vastos medial e lateral apresentaram maiores potenciais de ação com 150 graus de extensão (Eloranta 1989)

Referências:

Gomes, A.C. Treinamento desportivo: estruturação e periodização. Porto Alegre: Artimed, 2002
Eloranta, V. Coordination of the thigth muscle in static leg extention. Eletromyog Clin Neurophysiol, v. 29, p227-33, 1989.